25/02/2011

Nova Diretora Geral do IAT/SEC é contra as cotas

Em pronunciamento da abertura oficial do Conselho Estadual de Juventude, a nova diretora do Instituto Anísio Teixeira (IAT/SEC) prof. Irene Carvolo, declarou-se contra as cotas. Expressou-se usando termos como "as cotas equivalem a esmola", as cotas são "humilhação" porque colocam os negros na universidade pela "porta dos fundos, de cabeça baixa". Com isso, a atual diretora do IAT provou que não está antenada com as bandeiras históricas do movimento negro e estudantil. Bandeiras absorvidas pelo partido do atual secretário Osvaldo Barreto, que, ao que tudo indica, também não parece absorver os ideais petistas.

Os "argumentos" da diretora Irene Carvolo, causaram indignação no Conselho. Segue abaixo a carta aberta escrita pelos jovens congressistas baianos reunidos no IAT/SEC após a declaração da nova gestora. Estes jovens são delegados oriundos de movimentos sociais, religiosos, político-partidário e artísticos.

CARTA ABERTA

Nós, representantes da Sociedade Civil na Assembléia de Eleição do Conselho Estadual de Juventude do Estado da Bahia – PERÍODO 2011 – 2013, realizada no Auditório do Instituto Anísio Teixeira – IAT, realizada em 25 de fevereiro de 2011, às 9:00, nos mostramos perplexos com o posicionamento equivocado de sua dirigente maior, a profª Irene Carvolo, que em solenidade de abertura da referida Assembléia assumiu um posicionamento contrário à instituição das Ações afirmativas através de Cotas nas Universidades, ao considerar estas ações como “entrar pela porta dos fundos”.

Considerando a aplicação da Lei 10.639/03 que modifica a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LBD), tornando obrigatório o ensino da história e cultura afrobrasileira e africana;

Considerando a ação de cotas, ampliando o acesso de estudantes negros/as ao ensino superior, pioneiramene introduzida pela UNEB em 2002 e seguida pelas outras três universidades estaduais (UEFS, UESB E UESC);

Considerando a criação no âmbito do Governo Estadual da Secretaria de Promoção da Igualdade no ano de 2006, que tem a finalidade de intersetorializar as políticas com foco nas dimensões raciais e de gênero;

Considerando o Projeto de Lei 18.532/2010, que trata do Plano Estadual de Juventude em seu Art.13 Inciso XI – estimular políticas de cotas raciais nas universidades públicas;

Considerando que as cotas são uma das principais conquistas e demandas do movimento social negro brasileiro;

Sugerimos a atitude pedagógica de aperfeiçoar o conhecimento institucional acerca dos instrumentos legais já existentes sobre as políticas públicas de ações afirmativas na educação que demonstram significativos avanços que possibilitaram a inclusão de milhares de jovens negras e negros no ensino superior.

Salvador, 25 de fevereiro de 2011

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